O cozinheiro
sábado, julho 19, 2003
  Adeus até ao meu regresso

Vou rumar ao Sul, para um sítio sem televisão, sem computador, sem internet e com o telemóvel desligado.

Adeus e até para a semana....
 
  Directamente de Napoli

Com o tempo de Internet racionado na Universidade, o Pacheco - que saudades! - envia esta do seu voluntário exílio napolitano:

 

"Uma qualquer pasta fesca (já experimentei com orichiette - não sei se é assim
que se escreve mas são aquelas em forma de orelhas - e com gnocchi)
Queijo "Feta"
Azeite de qualidade
Se possível alguma erva aromática fresca (menta, basílico ou outra)
Depois é simples: coze-se a pasta, não demasiado de preferência, mistura-se o
queijo (triturado)
e um fio de azeite e a erva aromática escolhida.
Vai bem com um verde ou um branco bem fresco."

Obrigado Pacheco! Se o teu Erasmus não estivesse a acabar nomeava-te correspondente junto ao Vesúvio!

 
  Outro daiquiri

O maestro Francisco balança as ancas e sacode as maracas ao ritmo do Oriente que invade o Parque Céspedes, a praça central de Santiago de Cuba, a partir do bar-terraço do Hotel Casa Granda - um belo edifício de 1914 que ostenta quatro arrogantes estrelas e pertence a uma multinacional francesa.

Com as maracas agora suspensas nas pontas de um cordel que traz ao pescoço, Francisco Ulloa, de 60 e poucos anos, comanda a sua orquestra - o Piquete Santiaguero. E já o faz há uns vinte e tal anos pelos parques, clubes e hotéis da cidade. Ulloa aniquila tudo o que possa ser descontentamento em relação ao hotel. A música do trompetista, maestro, compositor, arranjador é mágica. Tem muitos instrumentos de sopro, uns quantos de cordas, um contrabaixo e percursão, muita percursão. As violas não aparecem. Também não há vozes - só o riso das crianças que brincam em frente no Parque Céspedes, os cães que ladram e um ou outro carro que buzina.

Santiago é tida como a mais caribenha das cidades cubanas, a mais negra. Foi aqui que desembarcaram os primeiros escravos da África ocidental. Isso tem reflexos directos na música e Ulloa é exímio na sua arte.

A sua Guatanamera é uma preciosidade de jazz afro-cubano. Mas Ulloa tem também originais. Muitos. A música dele enfeitiça, leva-nos, guia-nos até à alma santiaguera, sobretudo se acompanhada por um delicioso daiquiri dos que ali são servidos.

Estes não levam gelo pulverizado. Os ingredientes são colocados dentro de um shaker:

o sumo de lima, o rum, o açúcar e dois cubos de gelo. Agita-se tudo muito bem na coctelera. Escoa-se o líquido fresco (sem o gelo) para dentro de taças de cocktail e serve-se acompanhado com a música de Francisco Ulloa.

Não me lembro de alguma vez ter bebido outro daiquiri igual. Se Hemingway achava que o melhor do mundo era o do Floridita, foi por que não provou este para o deixar pelo menos na dúvida.

Em Cuba tropeça-se em.tantas maneiras de fazer o daiquiri como nas de tocar a Guatanamera. Garanto que a de Ulloa foi a melhor que alguma vez ouvi.

 

Mais sobre o maestro Francisco Ulloa

 
quinta-feira, julho 17, 2003
  A propósito do encontro Bush-Blair, o cozinheiro recomenda:

Nos últimos meses, li quase tudo o que há para ler sobre o Império e a sua guerra pelo controlo das principais reservas de petróleo do mundo. Conheci perspectivas e opiniões várias sobre a nova ordem mundial.

Mas nenhuma chega aos calcanhares da análise que o Dr. Parsons, PH. D. faz da coligação anglo-britânica, em Tony and Me by George Bush. É absolutamente extraordinária. Brilhante. Esta edição de 2002, que encontrei esta manhã à venda na Livraria Bertrand do Chiado, segue a hilariante linha da anterior colecção de ficheiros clínicos, publicada nos últimos meses de 2001, sob o título This is me, by George Bush.

Hoje o bom tempo convida a uma leitura numa esplanada ou lá em casa no terraço, na companhia de uma

 

Caipirinha:

 

Meia lima cortada em 4

açúcar (branco ou amarelo) a gosto ou a olho

Maceram-se os dois ingredientes até o sumo de lima e o açúcar se misturarem num líquido espesso e pegajoso, adiciona-se cachaça a gosto ou a olho, enche-se o resto do copo com gelo finamente partido (não moído em pó!!!), remexe-se, remexe-se e remexe-se. Já esta!!!

 

Very speshl: This is me, by George Bush

 
terça-feira, julho 15, 2003
  Um daiquiri com Compay Segundo

A manhã acordara ruidosa em Havana — La Habana, se preferirem. Depois do nosso primeiro pequeno-almoço cubano, numa cafetaria no Paseo Marti (antigo Prado), e de uma curta incursão no casco antiguo, o calor das 11 horas já era tanto que só nos apetecia fugir do Sol de Abril. Seguir as pisadas etílicas de Ernest Hemingway — «My mojito en la Bodeguita, my daiquiri en el Floridita.» — parecia ser pretexto suficiente para entrar num sítio com ar condicionado.

Um olhar rápido para a planta de Habana Vieja e Centro Habana revelaram que o melhor seria mesmo começar pelo daiquiri, por uma questão de proximidade geográfica. Chegados ao Floridita, na esquina da Opisbo com a Av. de Belgica (antiga Monserrate), um porteiro vestido a rigor abriu-nos a porta.

— Dos daiquiris, por favor. A Rosa puxa sempre do seu melhor castelhano. O empregado cheio de nove-horas tomou nota do pedido.

A banda da casa aproximava-se das mesas e tocava a troco de gorjetas. Uma senhora já entradota vendia recuerdos de um dos mais famosos bares do mundo e CDs gravados pelos músicos da casa.

Enquanto os músicos, já velhotes, continuavam o seu périplo pelas mesas, um empregado de casaca vermelha atrás do balcão juntava num liquidificador

3 medidas de rum branco

2/3 de medidas de sumo de lima acabada de espremer

2 colheres de açúcar

4 pedras de gelo

e batia tudo no máximo.

No bar entrou uma horda de turistas que fotografaram tudo e sairam tão depressa como entraram e o empregado verteu o líquido frio e espesso em duas taças de cocktail previamente geladas e trouxe-as até à nossa mesa. Quando os dias estão muito quentes, a lima, o rum, o açúcar e o gelo frio e triturado provocam arrepios ao deslizar garganta abaixo e um calor confortável no estômago.Os músicos aproximaram-se agora da nossa mesa. Perguntaram se queríamos que tocassem algo especial. A Rosa respondeu que sim, que havia um bolero antigo intitulado, pensava ela, Mujer. Os músicos com ar de serem mais antigos que o bolero clássico não conheciam nenhum bolero com tal nome...

As rugas pesadas, descaídas, de quem é um mestre no que toca e, já velho, tem de andar a cantar pirosadas para agradar a turistas, num sítio onde não te deixam entrar o neto, desapareceram quando a Rosa assobiou umas notas do bolero que nós conhecíamos na versão portuguesa dos Corações de Atum, de Lello Minsk (aliás, Manuel João Vieira) & Shegundo Galarza.

Os olhos brilharam-lhe e o rosto abriu-se em sorrisos de satisfação quando identificou a peça do mexicano Alfonso Esperanza Oteu (1894-1950).

— Perfídia?

— Perfídia?!

— Perfídia!!!

O mais novo dos músicos ficou calado.

— Perfídia*, confirmou a Rosa.

— Hace tanto tiempo que no la canto. O ancião do grupo deu o tom e começou a cantar com voz aveludada:

 

Nadie comprende lo que sufro yo;

tanto, que ya no puedo sollozar.

 

Solo temblando de ansiedad estoy,

todos me mirar y se van.

 

Mujer, si puedes tú con Dios hablar,

pregúntale si yo alguna vez

te he dejado de adorar,

al mar, espejo de mi corazón,

las veces que me ha visto llorar

la perfidia de tu amor.

 

Te he buscado por doquiera que yo voy

y no te puedo hallar.

 

Para qué quiero otros besos si tus labios

no me quieren ya besar.

 

 Y tú quién sabe por dónde andarás,

quién sabe qué aventuras tendrás,

qué lejos estás de mí.

 

Foi simplesmente divinal. Uma calma imensa invadiu-nos a mente e os músculos fatigados relaxaram. Estavamos a especular se aquilo seria mesmo o melhor daiquiri do mundo, como garantia Hemingway, quando o porteiro fardado voltou a abrir a porta. Instintivamente a Rosa olhou. E olhou outra vez para confirmar que vira bem. Para ter a certeza absoluta.

— Olha é o Compay! E levantou-se a aplaudir.

Os clientes do bar (todos turistas) abriram alas para deixar passar o velhote impecavelmente vestido e de charuto, seguido de uma equipa de um canal de televisão espanhol. Os músicos da casa começaram a tocar o Chan Chan. A voz de Francisco Repilado, aliás Compay Segundo, acompanhou.

 Os turistas quase afogaram o homem num mar de flashadas, quase o asfixiaram com pedidos de autógrafos.

Calmamente foi respondendo às solicitações, até o realizador decretar o fim do regabofe.

— Estamos trabajando!

E filmaram quando lhe trouxeram o daiquiri. Ele brindou para a câmara, rodeado pelos músicos do Floridita. Bebericou e pousou o copo na mesa. Pediu uma cerveja. Mais umas fotografias e teve de sair, mas antes sacou de um volumoso maço de dólares e distribuiu generosamente algumas notas verdes pelos colegas músicos que não tiveram a sorte de se cruzarem com Ry Cooder.

Quando ele saiu nós, já no segundo daiquiri, não quisemos acreditar. A nossa primeira manhã em Cuba não podia ter corrido melhor. Num bocadinho tocam-nos a Perfídia e temos o Compay Segundo ao alcance da nossa mão...

Noutra ocasião contarei como correu o resto do dia... (com receita, claro).

  

* Não quero ser acusado de poluição sonora da Blogosfera. Por isso, decidi retirar a música de fundo que animou esta página durante quase 25 horas. Podem ouvir um midi da Perfídia em http://ingeb.org/songs/perfidia.html

 

 
segunda-feira, julho 14, 2003
  A caracolada

Os cabelos ainda molhados, espetados, e as risadas sonoras depois do banho de mangueira junto ao tanque. Os primos correm, rua abaixo, de havainas presas nos dedos dos pés. Shlapp, shlapp... Têm esperança de chegar a tempo de espreitar as raparigas, que — sabem — estão nesse momento a mudar de roupa no quarto da avó.

Chegaram tarde mas as expectativas frustradas não os desanimam. Seguem aos empurrões e aos saltos, rasgando o silêncio ensurdecedor do final da tarde e emudecendo o canto permanente das cigarras. Continuam a corrida, agora para ver quem chega mais depressa ao fundo da rua.

O Sol já fez o seu trabalho nos seus troncos nus de pré-adolescentes. A pele queimada e esticada como num tambor está sensível. Uma palmada. Um grito de dor e a retribuição.

— Toma!

Mais gargalhadas.

Imperturbável, sentado à solheira da porta, o Ti Zé Ribeiro observa a dança dos gaiatos e fuma Provisórios, que anos mais tarde lhe levariam uma perna e, depois, a ele — em definitivo. Esta noite não vai ter a companhia do Mestre Toino, o avô dos rapazes. Sentados a uns 30 metros de distância, cada um junto à sua porta, costumam passar as noites de Verão a conversar.

No outro tempo só falavam da bola, das hortas, dos «gatos dum cabrão, que me dã cabo das cebolas» ou da silicose, que levou ao cemitério mais um moço novo. Agora os assuntos eram inesgotáveis. Já se podiam pronunciar sobre quase tudo. Falavam mal do governo e da exploração dos trabalhadores e das virtudes do socialismo. Esta noite, porém, não iria ser igual a todas. O Ti Zé iria ficar sozinho a fumar.

O mestre Toino conseguira reunir os filhos. Só faltava a mais nova, emigrada na África do Sul. De resto, «vã estar todos na casa do mê Betinho» com as respectivas famílias, à volta de uma mesa tosca que a idade já fazia bambolear. Uma vez colocada no quintal, uma operação comandada por uma das raparigas mais velhas, conferiu-lhe a dignidade necessária para se converter no centro da festa.

O dono da casa e do quintal tinha passado umas horas a lavar litros e litros de caracóis.

— P’ra ficarem bons têm de ser bem lavadinhos. O ranho tem de sair todo. E os que estã mortos deetam-se fora, porque estragam o sabor. O tio Betinho é tido como especialista na lavagem de caracóis e exímio pregador de partidas.

Depois de lavados em abundante água fria, o destino dos bichos é a panela, de preferência alta, onde são cobertos de água fria, na companhia dos alhos (bastantes) e de uma folha de louro. (Há também quem acrescente um osso de presunto ou um pedaço de toicinho).

A panela é, de imediato, colocada em lume muito brando. Acrescenta-se caldo Knorr de galinha, numa proporção de meio cubo para um litro de caracóis (que não se medem aos palmos, mas sim aos litros) e piri-piri a gosto. Depois de o caldo começar a ferver, quaisquer cinco minutos são suficientes para ter os caracóis prontos. Apaga-se então o lume. Prova-se o caldo e tempera-se de sal. A operação seguinte consiste em agarrar um grande molho de orégãos secos, que se segura pelos pés e mergulha na panela dos caracóis, remexendo. Retira-se o molho da panela.

Os caracóis podem ficar a repousar um pouco para tomar sabor mas devem ser servidos ainda quentes.

O Sol deitou-se atrás dos montes. Lá ao fundo, no tanque, coaxavam as rãs e os insectos esvoaçavam à volta das lâmpadas que faziam daquele o mais iluminado quintal de Vale d'Oca. As cantigas alentejanas entoavam e as histórias que o avô Toino contava aos netos mais novos fluiam ao sabor do vai-vem permanente de travessas de caracóis.

Um ai repentino e sonoro, e uma garganta a arfar perturbaram um idílio que Emir Kustorica não se importaria de ter filmado com legendas em serbo-croata.

O tio Casimiro, de olhos esbugalhados quase a saltarem-lhe com os óculos, estava todo vermelho. Suava em bica. Agarrava-se ao pescoço com a mão direita e com a esquerda procurava um copo com líquido.

— Cazmiro respira fundo. Tem calma.

Casimiro obedeceu. De repente ficou pálido. Continuava aflito, porque isto de comer caracóis também tem a sua arte. Há que escolher os maiores e os mais saídos da casca. Leva-se à boca e, enquanto o polegar e o indicador seguram a casca do animal os dentes insisivos prendem o bichinho e chupa-se. Casimiro chupou demasiado bem, por isso foi a vítima aleatória da partida do cunhado.

Na cozinha, Betinho escolhera um lindo caracol graúdo, de casca castanha-clara adornada com riscas perfeitas um pouco mais escuras. Desmontou o molusco e tirou o bicho da casca, que recheou com um pedaço de malagueta. Voltou a colocar o bichinho no sítio, camuflando a armadilha na travessa que levou para a mesa.

Aspirada directamente, a malagueta incendiou a garganta do Tio Casimiro, que se aliviou com uns palavrões acompanhados de cerveja e pão com manteiga.

Todos riram. Ele próprio ainda hoje se ri...

 
domingo, julho 13, 2003
  A folga d' O cozinheiro

O céu cinzento aniquilou qualquer inspiração e veleidade de conseguir fazer, este sábado, algo interessante na cozinha. Acho que me encontro em plena crise de criatividade. Decidi tirar uma merecida folga suplementar.

Assim, acabámos —  Rosa, uma das irmãs e eu — por ir jantar a um italiano, ali para os lados da Gulbenkian, em São Sebastião da Pedreira, junto ao quartel-general. O Ligúria situa-se na Rua Marquês Sá da Bandeira (creio que a rua é essa...), em Lisboa. Se entretanto encontrar a morada exacta colocá-la-ei post-eriormente neste blog,

Mas também podem telefonar para lá a perguntar a morada. Tentei obtê-la através do 118 com o número, mas a menina disse que o número é confidencial...

Espero que a Portugal Telecom e os donos do restaurante não me levem a mal a inconfidência. Aqui têm o número: 21-315-83-77.

O único senão deste restaurante honesto na relação qualidade-preço (cerca de 13 euros por cabeça, sem vinho) é que, ao fim-de-semana, apenas abre nas noites de sábado.

O jantar não correu lá muito bem com a nossa sobrinha de 9 meses — filha de uma outra irmã da Rosa (há muitas manas na família) — a espernear e a fazer as suas birrinhas. Só doidos como nós é que levam uma criança daquelas para um restaurante numa noite quente como esta. Foi com certeza a nossa inexperiência com crianças de colo.

Ainda por cima ficámos numa mesa junto ao balcão — provavelmente no sítio mais quente de todo restaurante. Incomodada, a criança guinchava e atirava coisas para o chão. Estava com sono e choramingona. Em vez de adormecer, espevitou precisamente quando o empregado trouxe para a mesa três belas pizzas fumegantes. Ela passou-se de vez. Parecia uma sirene de cada vez que desviavamos o olhar para o prato. Queria atenção e por pouco não se rebolou no pesto da Rosa, onde, desesperadamente, procurava chegar com as mãos.

Ainda pensei pedir ao empregado para a trancar na arca frigorífica. Só por um bocadinho. Mas as tias-galinha não deixaram e acabaram por se revezar com a criancinha ao colo.

As pizzas deliciosas de massa fina e estaladiça foram o consolo merecido que nos fez esquecer — por momentos  — a intranquilidade do jantar. Fechámos os olhos e deixámos que a massa nos estalasse entre os dentes. Os cogumelos desfaziam-se-me na boca, enquanto o azeite do pesto conferia um brilho apetitoso aos lábios da Rosa. A Bárbara lambia os dedos que inadvertidamente «sujara» (não é bem esta a palavra) numa ortolana (reforçada com bacon). Mas a criança havia de nos trazer rapidamente de volta à realidade...

Numa ementa em que o tiramisu da casa é mesmo da casa e não da indústria e as pizzas dominam incontestavelmente, competem também umas pastas. Das entradas provámos a bruschetta – deliciosa! Não avaliámos a carta de vinhos, o que numa noite como esta teria sido um desperdício.

 
Ó subalimentados do sonho, a poesia é para comer!
Natália Correia

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