O cozinheiro
domingo, julho 13, 2003
  A folga d' O cozinheiro

O céu cinzento aniquilou qualquer inspiração e veleidade de conseguir fazer, este sábado, algo interessante na cozinha. Acho que me encontro em plena crise de criatividade. Decidi tirar uma merecida folga suplementar.

Assim, acabámos —  Rosa, uma das irmãs e eu — por ir jantar a um italiano, ali para os lados da Gulbenkian, em São Sebastião da Pedreira, junto ao quartel-general. O Ligúria situa-se na Rua Marquês Sá da Bandeira (creio que a rua é essa...), em Lisboa. Se entretanto encontrar a morada exacta colocá-la-ei post-eriormente neste blog,

Mas também podem telefonar para lá a perguntar a morada. Tentei obtê-la através do 118 com o número, mas a menina disse que o número é confidencial...

Espero que a Portugal Telecom e os donos do restaurante não me levem a mal a inconfidência. Aqui têm o número: 21-315-83-77.

O único senão deste restaurante honesto na relação qualidade-preço (cerca de 13 euros por cabeça, sem vinho) é que, ao fim-de-semana, apenas abre nas noites de sábado.

O jantar não correu lá muito bem com a nossa sobrinha de 9 meses — filha de uma outra irmã da Rosa (há muitas manas na família) — a espernear e a fazer as suas birrinhas. Só doidos como nós é que levam uma criança daquelas para um restaurante numa noite quente como esta. Foi com certeza a nossa inexperiência com crianças de colo.

Ainda por cima ficámos numa mesa junto ao balcão — provavelmente no sítio mais quente de todo restaurante. Incomodada, a criança guinchava e atirava coisas para o chão. Estava com sono e choramingona. Em vez de adormecer, espevitou precisamente quando o empregado trouxe para a mesa três belas pizzas fumegantes. Ela passou-se de vez. Parecia uma sirene de cada vez que desviavamos o olhar para o prato. Queria atenção e por pouco não se rebolou no pesto da Rosa, onde, desesperadamente, procurava chegar com as mãos.

Ainda pensei pedir ao empregado para a trancar na arca frigorífica. Só por um bocadinho. Mas as tias-galinha não deixaram e acabaram por se revezar com a criancinha ao colo.

As pizzas deliciosas de massa fina e estaladiça foram o consolo merecido que nos fez esquecer — por momentos  — a intranquilidade do jantar. Fechámos os olhos e deixámos que a massa nos estalasse entre os dentes. Os cogumelos desfaziam-se-me na boca, enquanto o azeite do pesto conferia um brilho apetitoso aos lábios da Rosa. A Bárbara lambia os dedos que inadvertidamente «sujara» (não é bem esta a palavra) numa ortolana (reforçada com bacon). Mas a criança havia de nos trazer rapidamente de volta à realidade...

Numa ementa em que o tiramisu da casa é mesmo da casa e não da indústria e as pizzas dominam incontestavelmente, competem também umas pastas. Das entradas provámos a bruschetta – deliciosa! Não avaliámos a carta de vinhos, o que numa noite como esta teria sido um desperdício.

 
Comments: Enviar um comentário



<< Home
Ó subalimentados do sonho, a poesia é para comer!
Natália Correia

Posts mais frescos

Outras iguarias d'O Cozinheiro

Fragal

Lisboa

Paragens

A bicicleta dos dias ímpares

A vida é larga

Baixa-Shiatsu

GLLOSS

Mais actual bate mais forte 

Ora blogues

Rain Song

Um bigo meu

Tradução Simultânea


Outras blogosferas

   
Outras cozinhas...

Anthony Bourdain

Petiscos

Gastronomia

Atravessando o Atlântico
 
... e adegas

Vinhos online

Instituto dos Vinhos do Douro e Porto

Vinhos do Alentejo

Dão


Curiosidades

Nobody here
   

Frigorífico
julho 06, 2003 / julho 13, 2003 / julho 27, 2003 / agosto 03, 2003 / agosto 10, 2003 / agosto 31, 2003 / outubro 19, 2003 / janeiro 22, 2006 /


Powered by Blogger