O cozinheiro
terça-feira, agosto 12, 2003
  Os hambúrgueres também se comem

Tem sido um Agosto péssimo. Ando feito bombeiro de ocasião no calor da redacção. No trabalho e na família há incêndios para apagar. Chego tarde a casa e com umas olheiras enormes. Apetece-me tudo menos sentar-me à frente daquela máquina velha, manhosa e lenta que me dá mais problemas do que aqueles que me resolve. Só quero estar por ali na sala e, simplesmente, olhar para a televisão sem realmente ver o que quer que seja. O tempo suficiente para ganhar sono.

Pendurado ao lado do fogão, lá está o avental de ganga. À espera. No frigorífico apodrece um molho de beldroegas biológicas. E os tomates, de tanto esperarem a sua oportunidade, começam a ficar com a pele enrugada e coberta de manchas castanhas. Andei tão absorto e distraído que nem reparei no aviso que o Ricardo me enviou na segunda-feira, recomendando a compra do Público do dia seguinte. Acabou por ser a minha sogra a surpreender-me com um telefonema matinal:

É um blogue gastronómico, com certeza. Mas é também mais do que isso», leu, informando que o meu blogue era mencionado no jornal. Adoro surpresas.

O Cozinheiro teve direito aos seus 15 minutos de fama. Saltou do mundo virtual e materializou-se numa folha de jornal. Primeiro fiquei contente, depois caí em mim. Mais que a Maria José Oliveira, autora da Gazeta dos Blogues, lamento não conseguir uma actualização diária.

Queixei-me à minha colega Sara da incapacidade de actualizar o blogue com mais regularidade. 

Ela sugeriu algo rápido tipo fast food. Na verdade, há refeições rápidas simplesmente fantásticas. Por exemplo, hambúrgueres caseiros.

E por que não bife hamburgês com canela?, pensei. É uma receita da Rosa, com quem aprendi, entre outras coisas, a delicada arte de fritar bifes.

Parte segredo do bom bife, seja inteiro ou picado, reside na escolha do talho: só um talho de primeira tem carne de primeira.

Gostamos, e muito, dos hambúrgueres da Quinta do Saloio, um pequeno supermercado situado na Avenida de Nice, Estoril, onde abundam as delicatessen e impera um talho óptimo. Em Lisboa, recomendamos a carne do Talho Ideal, na Rua Gomes Freire (perto da Polícia Judiciária). É difícil arranjar um bife do lombo melhor em toda a capital. Além disso, com alguma antecedência até se podem encomendar mimos como, por exemplo, fígados de pato. Aqui têm o telefone: 21 314 33 37, para o caso de algum dia necessitarem.

Outra parte fundamental é respeitar algumas regras para fritar o bife

Se estes cinco pontos foram respeitados, nada pode ter corrido mal. A arte da cozinha é como o jazz. Tema, improviso, tema. Criam-se variações e recriam-se obras. É isso que dá um gozo enorme. Se as receitas servem para alguma coisa é para nos orientar, para suscitar ideias e estimular a nossa criatividade. Mas há que ter em conta algumas regras mínimas, mesmo para fritar bifes.

Depois de virar o bife hamburguês, a Rosa tempera-o de sal, apimenta-o um pouco e polvilha-o com canela. Depois de fritos os bifes, costuma engrossar o molho com um pouco de natas. Acompanha-se com arroz e/ou legumes salteados.

 
Ó subalimentados do sonho, a poesia é para comer!
Natália Correia

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